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Coloque-se do outro lado

Eu sempre digo uma coisa já há tanto tempo, que nem sei se eu li isto em algum lugar ou se “inventei” esta frase. “Você não conhece ninguém que roubou o sócio”. Já sei você imediatamente pensou em alguém e já começou a me julgar, achando que estou louco ou enganado. Calma. Leia com atenção. O que eu escrevi foi que “você não conhece ninguém que roubou o sócio”. Você conhece o sócio que foi roubado e não o sócio que roubou. Vai querer me dizer que já ouviu alguém comentar com você, o seguinte: “Dei o maior golpe no meu sócio, enganei ele direitinho, ele só trabalhava e enquanto isto eu desviava toda a grana, clientes, etc...”

Entendeu? Do outro lado a visão é muito diferente. Precisamos parar de uma vez por todas de acreditar que temos sempre razão. Que fazemos tudo certo. Que a culpa é do outro. Que eles erram. Atrasam, trabalham mal, não passam a informação correta, atendem mal, trabalham menos, e mais um monte de coisas. Não e assim que funciona.

Todos somos responsáveis por tudo o que acontece ao nosso redor. Não acredito em casamento que acaba por culpa só de um dos cônjuges. Serviços que não são feitos por culpa de uma única pessoa. Problemas que se acumulam porque só o outro faz tudo errado. E por aí vai.

Responsabilidade. Sucesso e derrota devem sempre ser compartilhados. Na medida em que temos a humildade de reconhecer os acertos dos outros, percebemos os nossos erros e assim podemos crescer como profissionais e como seres humanos. Não somos donos da verdade. Esta é a questão. Isto é tão antigo como sei lá o que, mas o fato é que a toda hora nos defrontamos com pessoas que simplesmente acham que sabem tudo sobre tudo.

Uma vez, faz uns 9 ou 10 anos estava conversando com alguns amigos, quando se aproximou uma pessoa, muito culta, inteligente, mas completamente dona da verdade. Ela começou a comentar sobre os problemas que uma amiga tinha para educar a sua filha e relatou o que havia feito com a criança para que ela quase que instantaneamente passasse a se comportar melhor. Fiquei impressionado. Até fingi que acreditei. Perguntei se ela tinha filhos. Ela prontamente respondeu que não e tentou já emendar uma “bronca” em mim, alegando que não precisava ter filhos para saber. Eu não havia falado nada. Só havia perguntado se tinha filhos.

Ela não só confirmou o que eu havia imaginado (que ela não tinha filhos), como ainda, com sua arrogância, mostrou que não podia aceitar uma posição diferente da sua. Eu respeitei a sua posição. Apenas estava achando muito intempestiva e preferi não entrar em atrito, exatamente por respeito à sua posição.

O fato é, meus amigos, que precisamos respeitar as opiniões e mais, escutar muito e entender que a visão do outro não é melhor e nem pior. Apenas é a visão sob o ângulo que ela está vendo. Faça um exercício. Sente-se frente alguém. Peça que ele lhe relate o que está vendo. Faça o mesmo. Vocês se encontram no mesmo espaço físico mas os relatos serão absolutamente diferentes por motivos óbvios. Ele está de um lado e você do outro.

Pra terminar. Eu sei que muitas vezes nós conhecemos o sócio que foi realmente roubado, mas muitas vezes também sabemos que a história não é exatamente como foi contada. Sabe por quê? Você só conhece um lado. Coloque-se do outro lado e tire as suas conclusões de modo mais equilibrado. Tenha certeza de uma coisa. Você nunca vai saber tudo.


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