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O elemento humano na transformação digital

O assunto desperta controvérsia entre os especialistas e medo entre curiosos: a inteligência artificial pode sair do controle de seus criadores? Até mesmo grandes e esclarecidos líderes da economia global já manifestaram preocupação. Como Elon Musk, ao dizer em 2014 que a inteligência artificial poderia ser a maior ameaça à existência da humanidade e confirmar em 2018 que "eu realmente penso que devemos ser muito cuidadosos em relação ao avanço da inteligência artificial".

É inegável que máquinas inteligentes provarão seu valor em tarefas como obter e analisar dados, interpretar resultados e determinar possíveis ações, principalmente quando grandes volumes de dados e variáveis estão em jogo. Porém, um artigo da Harvard Business Review, escrito por Megan Beck e Barry Libert já alertava que temos capacidades muito superiores às da inteligência artificial em diversos aspectos. Principalmente quando precisamos entender, motivar e interagir com outros seres humanos. Se por um lado um computador pode diagnosticar uma doença e até mesmo recomendar as melhores opções de tratamento, por outro lado será necessária uma pessoa para sentar com o paciente, entender seu momento de vida (finanças, família, qualidade de vida, etc.) e determinar o tratamento mais indicado. Essa inteligência emocional nos pertence e nos diferencia.

Um outro aspecto, talvez mais operacional, da importância humana na transformação digital que, se não será eterno, ao menos deverá prevalecer durante incontáveis décadas, é a assustadora falta de profissionais em quantidade suficiente para implementar todas as inovações tecnológicas que já são possíveis em nossos dias. Há vários anos, pesquisas e opiniões de críticos já indicam esse apagão de alta qualificação. A área de segurança da informação (cybersecurity) é um dos exemplos mais clássicos. De acordo com a ISC2, uma importante organização de certificação profissional nesta área, faltam cerca de 4 milhões de pessoas com os conhecimentos mínimos para desempenhar estas funções.

E finalmente, um exemplo mais próximo de casa. No final de semana passado, estávamos em um pequeno supermercado de nosso bairro e contamos 5 profissionais da Rappi, coletando itens de suas listas de compras, em nome de Clientes que decidiram ficar em casa. Tenho certeza absoluta que, sem o bom senso analítico destas pessoas para escolher as melhores cenouras, a peça de carne com o melhor aspecto e não perder uma excelente promoção, nenhum aplicativo sobreviverá, por mais otimizado que seja o seu algoritmo ou por melhor que seja a interface com o usuário.

Ou seja: nosso valor humano e emocional tem um espaço enorme diante da inteligência artificial. O que não significa que o trabalho será fácil.



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